segunda-feira, 28 de julho de 2008

Desligamento

Faltava pouco tempo pra eu ir embora de uma vez. Todo mundo com roupa adequada para a ocasião, eu não estava gostando muito da minha, achava que não tinha nada a ver comigo. Mas minha mãe havia me falado que, nessas horas, eu não tinha que escolher mais nada.
Estávamos esperando meus primos e minha tia, só então eu colocaria os sapatos.
Minha irmã já estava agoniada, achando que já estava passando da hora.
Mas eu ainda não estava sentindo nada de diferente, nada tinha acontecido, e parece que teria um sinal, para eu saber que já era hora.
Meu pai não estava conosco, naquele dia ele não saiu do quarto, pelos seus motivos, ele se recusava a participar dessa cena.
Estávamos na sala, conversando e vendo se estava tudo certo, ninguém queria fazer nada de errado.
De tempo em tempo, minha mãe vinha medir minha temperatura.
Eu e minhas irmãs conversávamos pela ultima vez, iríamos nos separar, mas nem estávamos nos atentando para isso. Essa era a hora certa, era como deveria ser.
Como é com todo mundo.
E então, eu senti algo de diferente, minha língua começava a adormecer, era uma sensação estranha, mas ao mesmo tempo, como se aquilo já fizesse parte de mim.
No mesmo instante, falei para a minha mãe o que estava sentindo. Todos se voltaram para mim, e nesse momento escorreu uma lágrima do seu rosto, e ela a limpou com o braço, e numa enorme exclamação, soltou a frase: Já era tempo!

4 comentários:

M´ (Emilinha!) disse...

olá meire!

só hoje eu pude dar uma olhadela no seu blog. gostei muito, parabéns! vocÊ escreve muito bem! vou voltar sempre.

um beijo!

O Profeta disse...

Ai quem me dera agitar o tempo
Atirar a mágoa à voragem da noite
Arrancar as raízes ao pensamento
Sentir a paz que uma lagoa acolhe


Boa férias


Mágico beijo

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Quanto tempo não passo aqui.
Bjs com açúcar...
Boa semana para você!
Adorei o post!